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O DJ Antoine Becks, conhecido entre o Echelon pela sua parceria com Shannon Leto, foi uma das atracções no primeiro dia do festival Beatpatrol, na Áustria. Sentámo-nos com Becks para falar do momento actual da sua carreira, do futuro e de uma eventual vinda a Portugal. Leiam o que Becks nos disse na Áustria!
Como correu a actuação no Beatpatrol, apesar da chuva?
Fantástica. Foi muito bom, é um óptimo festival. Infelizmente estava a chover, mas ao mesmo tempo, quando chove num festival há uma certa energia no ar. É porreiro. E depois do espectáculo andei no meio da multidão e foi bom.

A actuação esteve em causa devido à ausência de Shannon Leto. Porquê vir sem ele?
Porque eu queria mesmo fazer este espectáculo.

Confirma-se que vem aí um álbum?
Neste momento, estou a trabalhar nalguns singles que estão praticamente prontos. Fiz uma faixa com o Shannon e tenho outras na manga.

Quanto tempo vai durar esta tour em nome próprio?
Vou fazer várias actuações, estou a fechar Agosto e vou continuar.

Até ao fim do ano?
Sim, mesmo não sendo contínuo. Tenho de passar muito tempo em estúdio, porque estou a trabalhar em várias músicas de dança sob o nome Antoine Becks e também estou a trabalhar no álbum dos CB7. Estou a escrever canções. Ainda não há data de lançamento, é um trabalho em curso. Estou a trabalhar nisto tudo e a actuar ao mesmo tempo – o que é fantástico, porque dá para terminar uma música e ir tocá-la logo a seguir na discoteca, ver qual é a reacção instantaneamente.

Qual é a diferença entre o Antoine nos CB7 e como DJ?
Antoine Becks DJ é mais orientada para música de dança, é um DJ set e canto ao vivo. CB7 é a experiência total de uma banda.

Qual prefere?
Sempre gostei das duas. Toco guitarra desde os sete anos. Sempre andei em bandas e sempre fiz música de dança – tinha um projecto chamado Second Sun e andámos em tour por todo o mundo a actuar ao vivo. Por isso é algo que sempre fará parte de mim. Gosto das duas coisas.

A parceria com Shannon Leto vai continuar quando os 30 Seconds to Mars lançarem o quarto álbum?
Sim, vamos ver onde isso vai parar mas de certeza que vamos continuar a divertir-nos. As tours deles são duras.

A exposição do nome Antoine Becks mudou depois da parceria com o Shannon Leto?
Sim, é fantástico. Através do Shannon conheci muitos fãs espectaculares.

Apareceu o termo “Becksters”, o que significa?
Becksters são as pessoas que gostam do que eu faço. Na verdade foram eles que inventram o nome. É engraçado. Estamos a divertir-nos imenso e mal posso esperar para fazer mais espectáculos.

É comum falar com fãs, ter meet and greets como aconteceu no Beatpatrol?
Sim, e eu aprecio muito. Somos como uma grande família. Fazer espectáculos e conhecer todos este fãs... eu quero poder retribuir.

Nunca se torna aborrecido?
Nunca. Dou tudo pelos meus fãs, faço o que puder. Quero retribuir, já que eles me dão tanto.

Que sons está a explorar neste momento?
Há muito que faço música de dança com voz masculina a cantar, já o fazia no Second Sun. E não havia muita gente a fazer isso na altua; agora há bastante mais. Eu gosto muito de músicas a sério, e ao mesmo tempo boas para a discoteca.

Que Djs são uma inspiração neste momento?
Muitos. A música de dança está a explodir nos Estados Unidos, apesar de sempre ter sido popular na Europa. Há tantos... o Sebastian Ingrosso é muito bom, Knife Party é brutal. Gosto da Magda, uma DJ alemã que toca tecno minimal. A música electrónica é um bouquet de flores. Claro que há má música de dança, há muita porcaria mas... disso não falo.

Além das músicas que já estão no SoundCloud, quando é que haverá sons de Antoine Becks à venda online, por exemplo no iTunes?
Isso vai acontecer em breve, tenho estas faixas novas que praticamente já acabei. Por isso vou começar a pô-las à venda para as pessoas poderem comprar.

Como avalia o estado actual da indústria? É mais fácil ser conhecido, mas mais difícil fazer dinheiro?
Felizmente, as pessoas ainda querem ir a concertos. Isso é porreiro. Sou contra roubar música, compro tudo, a não ser que seja algo que realmente não se encontre à venda. É aquilo em que acredito. Claro que as pessoas podem fazer o que quiserem, mas é nisto que acredito.

O que se pode fazer do ponto de vista da indústria?
A indústria da música está basicamente lixada neste momento. Não sou um homem de negócios, por isso não me meto nisso. Faço boa música e quero partilhar o amor com os meus fãs e fazer grandes actuações. Deixo o pessoal da editora enlouquecer com essas questões.

Estamos numa fase de transição? Haverá alternativas no futuro?

Sim, tenho uma visão daquilo que vou fazer. Mas isso é segredo. Basicamente é continuar a minha onda, mas tenho muitas ideias excitantes, sobre como quero progredir como artista.

Soubemos que haveria a hipótese de voltar a Portugal, é verdade?
Sim, estamos a negociar. Assim que as datas estiverem disponíveis eu confirmo na página do Facebook.

Mais que uma data?
Sim, há um possibilidade.

O que achou dos espectadores portugueses?
Fantásticos. Todas as actuações são super divertidas. Adoro ver toda a gente tão feliz, eu não podia estar mais feliz. Faço o que gosto.

Onde é que vai buscar essa energia toda?
Quando começo a actuar é como se houvesse um botão que liga. Tudo o que se passa na minha vida, ou se estou cansado não importa. Estive agora mesmo encalhado em Moscovo, não me deixavam sair da Rússia. Eu estava a voar de Minsk para Mosco para Viena e disseram-me que precisava de ter um Visto russo só para fazer essa ligação aérea. Disseram que tinha de ir à embaixada norte-americana em Moscovo e obter um Visto e que não sabiam quanto demorava. Quase fiquei lá.

Como é que isso se resolveu?
Gastei muito do meu próprio dinheiro, doeu. Mas faço qualquer coisa para chegar a tempo a uma actuação e não quero decepcionar os fãs.

Toda a entrevista foi gravada e será publicada no YouTube ainda esta semana.
Entrevista por: Rita Guerra
Fotos por: Joana Silva

Life on Mars Portugal 2012




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